domingo, 4 de setembro de 2011

Ok, Derrotas eu as reconheço.

0
Faz tanto tempo que não posto nada que me sinto enferrujado,rs.
Por tantas vezes sentei para escrever, com insights talvez bem melhores do que esse, talvez com uma ideia que renderia alguns comentários, algum vislumbre de uma ideia conceitual porém não nova (paradoxo,rs), talvez um artigo que satisfizesse minha vaidade, em fim mais não se trata disso.Nem tem forma de presunção digitada...se o começo desse artigo não te chamar a atenção então nem leia, te entendo, provavelmente não leria mais se por ventura me aventurasse a ler perceberia que por não haver aventura largaria no meio do caminho, ou bem antes do meio.

Desde minha última postagem muitas coisas ocorreram como por exemplo, euzinho empregado em um escritório, passei a ser perito em áreas do esporte que não fazia ideia que existiam, inicio de vida acadêmica, sai do trabalho do escritório, e muitos, mais muitos títulos com minha equipe de futebol feminino, que se chama Fênix F.S.F.

É incrível como mais 2 ou 3 medalhas, me fará ter ganho em 2 anos aquilo que não ganhei em 15 anos dedicados a minha carreira como Goleiro, e não foram poucos os que ganhei atuando.
Posso dizer que os troféus que conquistamos quase que abarrotam a nossa pequena sede, que deixo registrado precisa sofrer uma arrumação urgente.
Para quem já viveu a emoção de praticar algum esporte em alto rendimento sabe que um bom resultado ou uma sequencia de bons resultados que culminam em algum título ou medalha, geram em nós um sentimento e uma adrenalina indizível, e como não escondo de ninguém amo essa sensação e quero poder senti-la tantas vezes quanto forem possíveis, mesmo estando na parte de fora do campo e da quadra.
Engraçado como me caiu a fixa a alguns minutos atrás, e analisando cada um desses momentos percebo que de forma irônica, paradoxal e arrisco me a dizer contraditória, as vitórias estão ligadas às derrotas que sofremos.
Se for trazer do ano passado para cá, tivemos momentos que traduzem essa realidade, quando em uma semifinal dos Jogos Regionais de Itú 2010, acabamos perdendo no futebol de campo de 6x0, e aquela derrota nos trouxe um sentimento de frustração e sonho interrompido, que perdurou até as cobranças de penalidades da disputa do 3° e 4° lugares onde conquistamos nossa primeira medalha de bronze em um evento de tanta importância, como me esquecer dentro do mesmo campeonato, que no mesmo dia em que ganhamos a medalha de bronze no Futebol de Campo enfrentamos a mesma equipe que havíamos derrotado pela manhã, só que agora no futsal e acabamos sendo derrotados por 5x0, e a atitude do jogo pela manhã não havia se repetido, e por ironia encontramos com a mesma equipe agora nas semi-finais do futsal, e mesmo sendo muito melhores tecnicamente no futsal acabamos perdendo só de 3x1, com uma atitude de hombridade e se percebia o medo no semblante das nossas adversárias como se falassem, mais não é o mesmo time?elas estão tão diferentes, será que vamos perder?Não há como me esquecer que após aquele baque da segunda derrota,tivemos força para buscar a outra medalha de bronze, terminando os Jogos Regionais com duas medalhas de bronze, um feito marcante já que era nosso primeiro Regionais.
Mais trago um exemplo mais atual e contemporâneo, e ocorreu nos Jogos Regionais de Mogi Guaçu 2011.
Fomos com uma expectativa muito boa para esses jogos e nossa intenção era melhorar nosso resultado de duas medalhas de bronze do ano anterior.
Começamos muito bem na parte dos resultados uma vitória por 7x1 contra a cidade de Cordeirópolis e outra vitória por 12x1 sobre a cidade de Santa Cruz das Palmeiras, mais havia algo errado, e isso era notório faltava atitude.
Nosso 3° jogo era quase que para cumprir tabela pois um empate bastava para terminarmos aquela primeira fase em 1° lugar em nosso grupo e faltando três minutos para acabar o jogo o placar era de 3x1 a nosso favor contra a equipe do Município de Casa Branca.
Final de jogo derrota por 4x3, perdemos o primeiro lugar do grupo e ganhamos uma vergonha tremenda, entrei no alojamento e fui direto para o meu quarto, com vergonha de falar o placar se alguém perguntasse.
Mas mais uma vez a derrota nos ensinou valores importantes, e após a conversa da noite sentimos algo mudando dentro delas, fizemos então um jogo de oitavas de final tecnicamente aquém das nossas possibilidades mais acabamos vencendo aquele jogo, e a partir dai a Fênix ressurgiu das cinzas ou da derrota e de forma contundente e cheios de atitude acabamos conquistando o título dos Jogos Regionais Mogi Guaçu 2011, ganhando de uma equipe na final de gigantes.
O que mais me impressionou após a derrota foi como uma equipe de apática passou para uma equipe de Leoas em quadra, via-se o medo das adversárias, sem querer espiritualizar e guardado as devidas proporções, como se fosse Israel atropelando os Filisteus, enquanto o pavor tomava conta deles.

Trazendo essa realidade para a minha vida, reconheço que já passei por momentos de pavor, de tristeza sem par, de me sentir sozinho no meio de uma tempestade de areia, com nada a minha direita, nada a minha esquerda, com nada em lugar nenhum, e nesses episódios la estava eu, no meu lugar devido, lugar de impotência e fragilidade, e reconheço que muito do que sofri foi causado pelas minhas próprias atitudes cretinas e impensadas.
Mais agora percebo como tais momentos me colocaram no meu lugar, me fizeram refletir, me fizeram desejar mudar de curso, mesmo não vendo nada a direita e nada para a esquerda.
As derrotas fizeram marcas de rachaduras nesse vaso tão frágil e fraco que reconheço que o Amor do Pai, sua Misericórdia e Graça, me impediram de ficar em pedaços, esquecidos na areia sem fim da vida.
Antes o que poderia ser um vaso pomposo, hoje possui várias rachaduras, só que cada uma delas tem uma história para contar, e não quero que elas sumam de mim, e olhando para mim, vejo como ainda o vaso esta bonito e isso significa que vou sofrer mais inúmeras derrotas em minha vida, mais que cada uma delas por mais dolorosa que seja, possa produzir um filho mais parecido com o Pai.
Paradoxal saber que uma pessoa como eu que não sabe perder, tem suas vitórias acompanhadas pela derrota. Tal paradoxo nunca fez tanto sentido para mim.
Que a cada dia essas derrotas quebrem dentro de mim a utopia do evangelho de purpurina, e gere a 'utopia' real em forma de paradoxo, que possibilita ver um Pai que nuca vi mais conheço, um Filho que não fui testemunha ocular mais sei que mudou minha vida, uma cidade que é até piada, mais ao mesmo tempo é tão real no meu imaginário e um cordeiro deitado com um leão.

Grande Abraço

Ale