sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Graça e Ausência de Graça: uma linha tênue as separam

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    A palavra graça segundo Philip Yancey "é a única palavra ainda não corrompida", e não só por isso, mas o que ela representa ou deveria representar para todo aquele que pertence a Cristo é em sua essência ou plenitude o diferencial de uma vida.
    Para dar um pano de fundo, a fim de enriquecer esse artigo vou usar um fato pessoal, onde me encontrei nessas duas situações: a graça e a ausência de graça.
    Moro com um cara, jovem, rapper cristão, chamado Luiz ou Luizão para os mais próximos, hauha, há dois dias atrás quando cheguei de uma tarde de treino (dou aulas de futebol em um projeto social), cheguei sem vontade de fazer muita coisa, só queria ler um pouco e meditar também, só que estava com fome e provavelmente devesse ter feito a janta, mas estava muito cançado para isso, foi ai que resolvi preparar um macarrão instantâneo que seria muito mais rápido do que cozinhar no comecinho da noite.
    Quando estava pegando o pacotinho de macarrão o Luizão chega com aquele sorriso maroto no rosto, e diz assim: "Ale você podia esquentar água e fazer um para mim também" provavelmente ele deveria estar com fome... e a minha resposta foi a que talvez uma grande porção do corpo teria na ponta da língua: "Ah Luizão são só três minutinhos não custa nada você fazer vai".
    Depois de alguns minutos me dei conta do que aquela situação estava me ensinando ou me lembrando; é claro que ele poderia realmente ter feito, já que eram só três minutinhos e estava no meu direito de não aceitar; o detalhe é que agindo dessa forma agi como qualquer pessoa que vive nesse mundo de ausência de graça onde é cada um por si, e quem for mais apto sobrevive. Naquele momento, fui relembrado como um renovo a respeito da graça e seu caráter imerecido (não merecido), talvez o sorriso maroto do Luizão tenha sido: "vou fazer o Ale preparar um macarrãozinho para mim" ou ainda "nossa estou com fome e vou pedir para o Ale me ajudar, mas estou constrangido" (por isso da risada), não importa qual fosse o caso, naquele momento em três minutos poderia dar outro sabor ou perfume para aquela situação e aspergir um pouco mais o cheiro da graça nesse mundo cheio de ausência de graça. Não me dei conta que Jesus praticou o caráter imerecido da graça sem mesmo nós merecermos, ele foi humilhado, espancado, torturado, julgado insjustamente, maltratado, sofreu o que ninguém jamais poderá sofrer, foi ultrajado, e ainda no final disse ao Pai: "perdoa-os pois eles não sabem oque fazem" ¹, ora  naquele comecinho de noite não pratiquei a graça com seu caráter imerecido com respeito a três minutos e um macarrãozinho, e só me restou confessar minha falha e desejar exercê-la na próxima oportunidade.
    Segundo Philip Yancey: "A ausência de graça opera como um pano de fundo estático ao longo da vida das famílias, nações e instituições. Ela é infelizmente nosso estado humano natural" ². Naquele momento me reportei ao meu estado humano natural, mas digo, há uma linha tênue entre a graça e ausência de graça.
    Um dia antes um pouco mais de 24hrs antes do acontecimento com o Luizão, um homem bateu na porta de casa, e ele era um senhor que estava passando uma dificuldade animal, e naquele momento pude ajudá-lo além  do que seu pedido (não vou entrar em detalhes), mas ali pude exercer a graça em seu caráter espontâneo e imerecido ja que talvez nunca mais veja aquele senhor. Nesse momento o ar foi tomado pela graça, a graça então combatia a ausência de graça.
    Logo relembrei a linha tênue que separava um ato de favor imerecido (graça), com a ausência dela em outro ato paradoxal, no dia seguinte, somos bombardeados dia-a-dia por idéias e princípios que tentam destruir a operação e o desejo pela graça, quando vemos um jornal a grande maioria das notícias são de ausência de graça, até o momento do esporte pode se tornar em ausência de graça se no caso foi o time pelo qual você torce que foi derrotado, em uma novela as separações e valores combatem a graça de forma sorrateira levando a ausência de graça, os bbbosta da vida sempre tem um paredão onde não se vê graça alguma, porque é um jogo, no trânsito há mais discussão do que graça, enfim a ausência de graça é massante ao nosso contexto pós-moderno (ou no nosso solo epistemológico)³.
    Talvez por isso  já tenhamos lido alertas como: "buscai a Deus em tempo e fora de tempo", "buscai-o enquanto esta perto; invocai-o enquanto se pode achar", "regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças... Não apagueis o espírito. Não desprezeis profecias; julgai todas as coisas, retém o que é bom, abstende-vos de toda forma de mal"4. Isso nos remete a comunhão prazeirosa com o Pai e não a ordenanças, mas uma coisa é fato, realmente a linha é tênue, em um namoro, casamento, amizade, trabalho, comunidade local, culto formal, ou tomando um café na praça, se vacilarmos voltamos a nosso estado natural e em pouco tempo vacilamos e passamos a praticar atos de ausência de graça, sei que sempre existirá um ou outro ato já que somos pecadores, mas que essa não seja a tônica de nossas vidas.
    Como o Philip Yancey disse: "A graça é o melhor presente do cristianismo ao mundo. Ela é uma boa nova espiritual em nosso meio, exercendo uma força maior do que a vinganca, mais forte do que o racismo, mais forte até do que o ódio. É triste dizer, mas, infelizmente, para um  mundo carente, a igreja às vezes apresenta mais uma forma de ausência de graça"5.
    Eu desejo ser um pára raio de graça, um imã que atrai o imerecido pelo simples fato de não merecer coisa alguma, anseio pela graciosidade da graça em cada abrir e fechar de olhos, desejo reconhecer sem máscara alguma sempre, que em mim não há atrativo, mas creio que ainda que o Pai tenha que procurar NELE alguma coisa para poder exercer graça sobre mim sei que encontrará pois Ele é amor e a graça se renovará, talvez o que tenho que seja capaz de atrair Sua graça é o Espirito Santo que habita em mim (que não é meu, é Espirito Santo de Deus) e o sangue que corre em mim (que também não é meu, mas sim do Filhão, meu brother mais velho) logo sempre vou ou vamos depender da graciosidade abundante dEle.
    Nossos atos de graça jamais farão o Pai nos amar mais, mas com eles podemos levar as boas novas a um mundo onde a ausência de graça tem imperado, e quem sabe não seremos usado para sermos mordomos da graça a essa  geração, e assim mostrarmos de verdade um pouco do nosso ABBA PAIZINHO.
    Uma nota importante sobre a graça que talvez te ajude a praticá-la: "A graça não é justa - o que é uma das coisas mais difíceis de aceitar nela." (Philip Yancey) 6.
   Se puder exerça a graça ainda hoje, com seu namorado, conjuge, amigo, companheiro de trabalho, pois eu vou saindo daqui exercer a graça com o Luizão, huauhahuahu.

Um grande abraço, seu irmão e próximo, Ale.

Referências:
¹ Lucas 23:34;
² Philip Yancey, Maravilhosa Graça; pág. 76, cap 7;
³ "Não quis ser legalista só apresentei fatos, quem assiste o que foi citado, tem total ato de decisão sobre o que ver ou não, e não quis dizer também que seja errado";
4 Isaías 55:6; 1 Tessalonicenses 5:16-22;
5 Philip Yancey, Maravilhosa Graça; pág. 25, cap 3;
6 Philip Yancey, Maravilhosa Graça; pág. 75, cap 6. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Crentes" na capital da Gonzolândia

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    Há alguns dias estava conversando com um irmão nosso chamado Harley, estávamos na porta de uma denominação local quando ele disse uma frase que me marcou e senti-me desafiado a postar algo sobre sua frase.....
    Foi uma conversa de uns 4 minutos, mais que foi o necessário para ele desabafar a respeito de algo que ele não aguentava mais; ele disse assim: "sabe estou cansado de 'irmãos' que dizem se importar, que dizem 'conta comigo', porque na verdade só se interessam da boca para fora, são hipócritas e provavelmente só são crentes lá na capital da Gonzolândia"
    O mais terrível é que ouvi isso de um irmão falando a respeito de outros irmãos, o que já me soa muito estranho por sermos uma 'família', por sermos comprados pelo 'mesmo sangue', e imagino por termos o 'mesmo PAI' (mas não me surpreendi).
    Tenho presenciado ao longo de alguns anos algo bem estranho, quando leio o começo de Atos vejo uma igreja, noiva, ou o que você queira nominar com um sentimento de amor, e um senso de se importar uns com os outros que na verdade está raríssimo de encontrarmos no contexto moderno que temos vivido........ Quando leio Atos vejo que eles tinham um sentimento que hoje esta cada vez mais raro entre os irmãos que vão à 'Casa-de-Deus', que freqüentam os cultos formais entre quatro paredes, que vão comer alguma coisa depois do culto para chamar de comunhão, etc......; a partir do momento que contrasto a realidade das duas gerações concluo que ou eles estão errados ou nós estamos errados, e analisando os atos dessa geração a luz da palavra chego a conclusão massante que se conhecesse meus irmãos primitivos, provavelmente iria abominar o  formato de evangelho vivido pela grande maioria nos nossos tempos, (mas será que já não estou abominando? rsrs).
    Para exemplificar isso vou contar uma história que rolou semana passada que exemplifica o contexto primitivo e a frase do meu irmão....
    No feriado de carnaval fomos um grupo de amigos-irmãos para Ourinhos-Sp, e foi muito louco o que rolou lá, restauração e reforma, onde a máxima foi: 'A vida precede a forma'. Quando voltamos na terça a noite o Régio e a Jaque me levaram até em casa, e quando fui sair do carro provavelmente minha carteira deva ter caido da minha mochila sem eu perceber.
    Naquela noite dormi pra caramba porque estava exausto, foi aí que acordei com um diálogo no portão da casa da minha mãe, e a conversa foi estranha aos meus ouvidos, parecia que alguém tinha encontrado alguma carteira na rua só que não tinha nenhum dinheiro.... dei um salto da cama, e fui direto na minha mala e quando a abri vi que minha carteira não estava lá, de repente minha mãe abre a porta chorando e disse que fui roubado......
    Na minha carteira eu tinha 200tão e parte dessa grana iria usar para voltar para Limeira... mas alguma coisa no plano teria que mudar, porque eu estava sem grana para a viagem, e meus amigos-irmãos e eu tínhamos marcado cinema na quarta a tarde, e eu não tinha grana nem para pegar o busão para encontrar com eles...
    Fiz algumas ligações falei com o Régio e com o Tropical, meus brothers, e disse que daria um jeito de ir com eles no cinema independente de qualquer coisa, e eles se dispuseram a me ajudar.... p.s.: quando descobri que havia sido roubado, apesar de ter ficado um pouco chateado isso não me abalou, antes me estimulou a orar pela pessoa que furtou aquela grana, sem raiva entendi que provavelmente ele estava precisando mais do que eu, e que aquilo foi uma oportunidade para eu clamar talvez por um perdido que necessitava ser encontrado pelo Pai. Durante aquele tempo de devocional ao invés de me preocupar, descancei no Pai sabendo que de qualquer forma Ele cuidaria de mim e então pude louvá-lo naquele quarto pelo dia 'lindo' que tinha começado.
   No local marcado o Régio me pegou, pegamos a Dani na casa dela e fomos encontrar o Tropical para vermos o filme...... durante o tempo todo, todos sabiam que eu não tinha grana nenhuma, quando eles comiam, alguém pagava para mim e eu comia também, quando eles compraram o ingresso para o cinema eles compraram para mim, quando depois do cinema fomos comer, eles mais uma vez compareceram como irmãos na minha vida, e além disso um fato realmente importante aconteceu na fila onde compramos os ingressos para o cinema, um dos irmãos me abençoou, ofertou, chamem como quiser, com uma quantia em moeda estrangeira que convertida para o Real deu mais do que tinham me roubado na manhã do mesmo dia, fiquei surpreso pela graça do Pai na fila de um cinema, e pela disposição de um irmão que provavelmente iria usar aquela grana para sua família e abriu mão dela para suprir naquele momento a minha necessidade...
    Depois do filme fomos para  o apartamento do Tropical onde falamos sobre coisas preciosas da Palavra e sobre a aplicação delas nas nossas vidas, dai o Régio e a Jaque foram me levar até em casa (isso significa do outro lado da cidade de São Paulo), fomos conversando e chegando na porta de casa fomos orar antes de eu ir, e algo aconteceu, em mais ou menos uns 5 minutos de oração  rolou um quebrantamento, onde choramos pra caramba, pois tamanha era a ação de graça ao Pai de podermos estar juntos todos aqueles dias em Ourinhos e em São Paulo, e o nosso desejo e oração naquele momento foi justamente que o sentimento primitivo que temos vivido entre nós pudesse ser uma tônica geral para a noiva de Cristo, e naquele momento fiquei mais apaixonado ainda pelos meus irmãos que são mais que especiais para mim, verdadeiras referências, do amor e zêlo do Pai para essa geração.
    Quando no começo disse a respeito da conversa de 5 minutos com o Harley, provavelmente todas as experiências dele com os irmãos tenham sido o oposto das que tenho vivido no contexto da minha vida. Sei que muitos tem a mesma opinião que a dele e sei que as coisas andam muito superficiais entre nossa família 'evangélica', onde a maioria não está nem aí uns para os outros, e os que dizem que se importam na verdade falam só da boca para fora, e na hora do vamo vê não estão nem aí. O que me chama a atenção é que se a maioria estiver em uma campanha financeira de milhares de semanas enquanto seu irmão, que sentou do seu lado no 'culto' esta passando necessidade, provavelmente ele vai comparecer com a sua campanha e nem vai se importar com quem está do seu lado, ou ainda se a denominação local por exemplo estiver construindo um 'templo', e estiver pedindo doações, e um irmãos estiver para ter sua água cortada no dia seguinte, para quem você acha que ele vai liberar a grana, para o 'templo' claro, mesmo sabendo que Deus disse que não habitaria mais em templos feitos por mãos humanas, e sim que habitaria em pessoas. Ou ainda se um irmão do seu trabalho estiver passando alguma necessidade e você sabe que pode orar por ele diante do Pai, mas chegando em casa vai rolar o paredão do bbbosta, será que o irmãozinho vai orar ou ver bbbosta? Ou ainda se você souber que existe um grande número de irmãos passando necessidade ou ainda um país devastado por um terremoto precisando de ajuda urgente, o irmãozinho rico da grana que vem de vocês, aliviaria a dor dos seres humanos ou preferiria com sua reserva de grana dos irmãos comprar uma Ferrari?  Claro que foi a Ferrari. Ou ainda se seu irmão tivesse caído em algum pecado e todos que deveriam levantá-lo estão apontando o dedo, o que você faria? Ou ainda se você soubesse que um irmão foi roubado de manhã e não tivesse  nada, o que você faria? Convidaria ele para o cinema mesmo assim? Ou se ele não tivesse sido roubado mas você sempre diz que o AMA, mas não tivesse grana para ver filme com os irmãos o que você faria Cristão?
    Então tenho irmãos preciosos que me aliviaram no meu dia mal, provaram em atitudes que me amavam, e me fizeram amar cada vez mais o sentimento da igreja primitiva, me estimulando a continuar crendo que o amor entre os irmãos e nossa unidade é o que nos diferencia e nos aproxima dos perdidos e uns dos outros.
    Se você diz que se converteu, se diz que Jesus é sua vida, se diz que Deus ou Jeová tem te abençoado, se ainda afirma que ama ao Pai, e se importa mais com você do que com os outros, sendo assim incapaz de ser alívio para seus irmãos, me desculpe, o Jesus que você conhece deve morar na Gonzolâdia, a transformação que você teve deve ter sido de uma fábula aprendida na Gonzolândia, a sua oferta de amor ao 'templo' ou a campanha são sementes que só se produzem na Gonzolândia, Jesus deve ser sua vida não na família de Cristo e sim na Gonzolândia, se você é capaz de só servir copos de água para os pastores que sobem no púlpito, separar lugares na igreja para as 'autoridades', pagar viagens para seus amados e queridos presbíteros, ou ainda é capaz de colocar uma máscara para ser aceito pela cúpula clerigal da 'sua igreja', e não consegue se importar, se mover e agir em favor dos seus irmãozinhos que não podem te oferecer nada em troca, se faz isso e é incapaz de ser alívio para os necessitados e aflitos, se em suas orações só consegue citar seu grande nome próspero e abençoado, se faz vista grossa aos famintos e sedentos do meio de vocês, tenho uma dica: se convertam de verdade, voltem para o primeiro amor, se importem, supram as necessidades do próximo, amem de verdade e sejam cumpridores da graça num mundo cheio de ausência de graça, amem loucamente seus irmãos, se apaixone por eles até que você considere suas vontades e necessidades mais prioritárias do que as suas, até que você se importe mais com seu irmão do que com seu umbiguinho tão lindo, agora se você não esta disposto a mudar sua vida, a se arrepender de sua vidinha captalista ocidental voltada só para você mesmo, pelo menos não seja hipócrita dizendo que ama, dizendo que se importa, e mentiras desse tipo, ou pega suas coisas e se muda para a Gonzolândia, porque quem tem um irmão como você não precisa de inimigo, e lá na Gonzolândia você vai poder dizer que é de Jeová, poderá praticar as mesmas obras mortas que sempre.....
    Que nós de verdade possamos no importar e fazer de tudo para estarmos em unidade sem nos vendermos a um evangelho meia boca e sem compromisso que está sendo pregado, onde o foco é mais a grana e a vitória financeira e os  mega templos de pedra, areia e  cimento, do que as pessoas que na verdade são insignificantes.

Decida entre o amor a Deus e ao próximo: a base do evangelho puro e simples ou a capital da Gonzolândia onde toda a indiferença é possível.

Grande abraço seu irmão e próximo Ale.

Referências: Efésios 4:1-6; João 13:34,35; João 15:10-15; 1 João 1:5-7, 2:5-6, 9-11, 3:15,17; Mateus 25:31-46.

Tudo tem que ter nome?

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Salve pra todos!

Acabei de conversar com um amigo de alguns anos, o Lucas, e numa parte da conversa ele disse: "vocês ficam discutindo e dando nome para tudo, eu acho zuado isso" (como se eu não fosse um dos maiores opositores da nominacionalização das pessoas ou dos moveres), e isso em detrimento de um artigo sobre a igreja orgânica, e talz.......

Durante algum tempo desde a minha metanóia, me voltando para Jesus Cristo, tenho presenciado um contexto neo-pentecostal, bem como pentecostal , tradicional, reformista e ainda pós-moderno, emergente, etc...

Durante alguns anos vivi com um sentido total nesse contexto institucional da igreja, seja ela o nome que você quiser dar........ há algum tempo comecei e me confrontar sobre tudo o que havia recebido de forma mastigada e tudo o que tinha como verdade irrefutável sobre Deus e sua obra, bem como os moldes nos quais vi e provei..........

Quando conversava com o Lucas falei de uma conversa que tive com um cara que considero como meu mentor, quando escutei de sua boca que os únicos moldes corretos ou a única pegada que iria bombar para essa geração seria a igreja emergente e a igreja orgânica....... claro que em sua essência e raiz, elas nasceram com um real propósito de cumprir a grosso modo o que Jesus disse e ordenou para que fizéssemos...... Aquela expressão me soou totalmente estranha ainda mais partindo desse meu mentor que amo pra caramba.

Conversando com outro amigo meu, o Tropical, falávamos sobre o que provavelmente tenha matado ou qual provavelmente foi o câncer que barrou o significado e realidade de cada um desses avivamentos, e quando conversávamos algo chamou minha atenção, o principio de cada interrompimento de avivamento foi nominá-lo ou como meu amigo sempre diz, a denominacionalização da noiva e dos moveres, ou use o nome que você queira dar, se você quiser dar algum claro......

Mediante a isso, a cada dia tenho por certo no meu espírito que a nominação de qualquer coisa não faz sentido nenhum, o rótulo, a denominacionalização da ekklesia fica totalmente sem sentido, porque em Cristo já somos nominados, seja discípulo, servo, amigo, reis, sacerdotes, nação santa, povo de propriedade exclusiva do Senhor, além de sermos ovelhas, noiva, e o que pessoalmente mais gosto e o que me faz mais sentido é a realidade de sermos filhos, mas ainda somos sal, luz, e por ai vai....... E por essa razão não teria realmente sentido colocarmos nomes para nada, pois os que Jesus queria dar Ele já deu, e os deu na expectativa de que funcionássemos onde estivéssemos, seja num ônibus, numa facul, num treino de futebol, no nosso bairro, num projeto social ou até mesmo numa instituição qualquer.

O importante para a restauração do que foi perdido não é darmos um nome para um movimento ou para uma ekklesia que se reúne e sim termos o sentimento original que nos impulssionará a cumprirmos nossa real existência de vida, em cima do amor que Cristo sempre nos alertou que tivéssemos para com Ele, uns pelos outros (irmãos), e para com nosso próximo.

De forma que se qualquer um bater no peito e disser a respeito de termos institucionais ou qualquer rótulo que seja, fica esperto, pois as nominações já estão há um tempão na bíblia e o resto não tem fundamento para existirem como verdades 100% corretas ou irrefutáveis, devemos rever nossos conceitos, nossos credos, e nossas formas de nos dividirmos por causa de nomenclaturas, doutrinas ou visões pois na verdade somos um corpo só, de ministros e filhos que não tem face, cujo cabeça se chama Jesus Cristo, e que podemos clamar Abba diariamente, fazendo a diferença onde estivermos para que nossa vida funcione como filhos do Abba Pai, e não como representantes de denominação x ou y, nem como pertencentes do mover a ou b ou de igreja blá,blá,blá...

Vamos amar e viver sendo filhos, sal, luz, etc. Quando formos ver, tenho plena convicção, que teremos levado o sentimento aos que estão carentes do Pai, sejam eles da nossa família ou os que ainda farão parte dela.

Quero serví-los e amá-los pela graça do Pai e dizer que o único nome que me importa é ser seu irmão, e para mim nada importa a nomenclatura.

Um grande abraço a todos.... seu irmão, Ale.

"A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dois filhos de Deus" (Romanos 8:20)

Referências: Mateus 5:13-16, João 15, 1 Pedro 2:9-10 , João 13:34-35, Lucas, meu amigo e o Tropical.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Será que sabemos praticar a Existência do Pai e a Presença do Pai?

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Na semana retrasada estive durante 5 dias na Fábrica Huios, que visa a exposição de líderes, pastores, profetas, missionários e todos que entendem que têm um chamado, ao entendimento de algo que tenho presenciado no contexto e para o contexto dessa geração, que é o foco de Deus como Pai e de deixarmos Ele moldar em nós um caráter de filhos legítimos e maduros,sem que para isso messesitemos de um nome ou uma denominação expecifica, ja que só filho corresponde seu entendimento total.

Sexta à noite meu irmão e amigo Paulo David Muzel (Tropical), ministrava a respeito de uma experiência pessoal que teve e fez disso pano de fundo que marcou todos os que estavam lá, e em cima dela que vou tentar escrever algo... vou tentar ser o mais objetivo possível.

Um dos dias da semana retrasada antes da Fábrica Huios, o Tropical trabalhava numa finalização de um projeto, e por um tempo provavelmente longo, o seu filho estava vendo televisão, e pelo que parece aproveitou o máximo durante o tempo que estava vendo TV.

Foi aí que seu filho decidiu desligar a televisão pois já devia estar cansado de ver a programação que passava na tela (imagino que fossem desenhos).

No auge de seus 3 anos de idade decidiu que queria estar com seu pai (o Tropical), e por isso de maneira obstinada foi ao cômodo que seu pai estava provavelmente esperando que sua expectativa de ficar com o pai fosse suprida.

Então o filho do Tropical começou com todo o seu carinho e "persuasão" de 3 anos, a chamar e buscar a atenção do pai que estava quase 'terminando' um projeto.

Eu conheço esse pequeno de 3 anos, sei o quanto ele é ativo e produz para o seu mundo de forma objetiva mesmo tendo pouca idade.

E naquela luta de chamar a atenção do pai, o Tropical disse por várias vezes que já estava acabando o trabalho e que depois com certeza iria brincar e ficar com ele; mas ele não desistia, insistia que queria ficar com o pai e de forma incisiva deixava isso bem claro para o Tropical, e depois de tanto tentar sua atenção o Tropical chamou sua esposa em um tom um pouquinho mais alto (já que ela estava no telefone), logo seu filho percebeu o seu tom de voz, e de uma forma única, que prefiro ocultar os detalhes, em fim com seu gesto em relação à exaltação do pai que trabalhava, ele enfim conseguiu chamar sua atenção de forma única.

E nesse momento vou tentar reproduzir as palavras daquele gigante de 3 anos de idade quando reagia a voz alta do pai: "papai, eu quero ficar com você porque te amo muitão papai, não precisa ficar bravo eu só quero brincar com você".

Naquele momento a única reação que o Tropical poderia ter, e provavelmente todos nós teríamos também, foi que seus olhos se encheram de lágrimas, e ele acabar interrompendo tudo o que estava fazendo para então ficar com seu filho; sei que nessa hora dilemas, serviços, projetos, lutas, seriam dissipados e não teriam sentido nenhum diante daquelas palavras carregadas de significado para ele, e que se fossemos traduzir soaria mais ou menos assim: “papai da atenção pra mim porque preciso de você".

Voltando a ministração de sexta à noite, ficou claro que naquele momento os olhos do Tropical se abriram e ele entendeu duas situações diferentes mas ambas reais que passamos e devemos atentar no nosso dia-a-dia.

A primeira é que no começo do relato é que o Tropical trabalhava e seu filho via TV, e nesse momento ele se deu conta de que apesar de não estar fisicamente com seu filho no mesmo cômodo, seu filho sabia que o pai estava lá na mesma casa, e que a existência do pai era real independentemente ele estar vendo TV e seu pai estar trampando em outro cômodo, como se conscientemente ele estivesse ciente de que qualquer coisa o pai estaria a poucos segundos de socorrê-lo.

Foi aí que se cansou de ver TV e se cansou de praticar somente a existência do pai, e decidiu praticar a presença do pai, foi quando começou a tentar chamar sua atenção, pois a presença do pai era agora seu objetivo.

E aqui inicio a parte final do artigo.

Muitos de nós muitas vezes abusamos de praticar a existência do Pai, e no nosso dia-a-dia de forma real ou lá no fundo acabamos reconhecendo que Ele é onisciente, onipresente e onipotente, e por sabermos que qualquer coisa Ele vem nos socorrer, temos a tendência a relaxar e passamos a viver nossas vidas só com base na Existência do Pai (ou de Deus, Senhor, etc....).

Talvez nosso maior desafio seja nos posicionar como o filho do Tropical, e irmos além da consciência da existência do Pai, pois a presença do Pai é real além de ter uma louca (no bom sentido) importância em nossa existência, pois acredito que não podemos ter intimidade só praticando a consciência da existência do Pai (estagnação) e sim com SUA PRESENÇA (posicionamento). Se entendermos e vivermos de forma posicionada buscando a presença do Pai isso certamente se refletirá na dinâmica com que encaramos e praticamos a SUA EXISTÊNCIA.

Agora te proponho uma provocação e uma confrontação, será que no auge de nossa idade e maturidade espiritual conseguimos aproveitar a presença do Pai melhor que o filho do Tropical busca e aproveita a presença de seu pai natural?

Eu vou além, será que somos capazes de sermos sinceros e expressarmos diante do Pai frases tão verdadeiras, intimas, carregadas de um amor, tão reais e espontâneas como o Tropical ouviu de seu filho?

Mediante a esse questionamento termino meu artigo perguntando uma última coisa: devemos praticar a existência do Pai somente, devemos praticar a presença do Pai somente ou ambas?

Eu já decidi pela presença d´Ele, que se reflete em como encararei sua existência. E você?

Estou como seu irmão à disposição para refletirmos, discutirmos e extendermos esse assunto se alguém julgar necessário.


Um grande abraço, Ale.


“E esta é a vida eterna: que conheçam a ti o único e verdadeiro Deus; e a Jesus Cristo a quem enviaste". (João 17:3)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PENSAR é errado? SE CONFRONTAR é errado? Parte 2

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Buenas para todos!

No outro artigo escrevi sobre a importância de pensarmos, de nos confrontarmos, e de como vejo a palhaçada 'gospel' do boicote de informações e estímulo ao conhecimento crítico das coisas.

Mencionei que se não tivermos uma renovação da nossa mente de forma critica a ponto de colocarmos em cheque tudo aquilo que recebemos no passado e que temos recebido diariamente, não seremos transformados pela renovação da nossa mente, logo não experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus segundo Romanos 12:2.

Mas nesse artigo quero ir além da transformação pela renovação da mente, quero com esse artigo estimular o confronto de suas verdades irrefutáveis e 'intransponíveis' e ainda dizer para os que querem controlar a noiva a se converterem ou se arrependerem; você pode estar imaginando que estou pegando pesado demais, mas vamos lá.

Está mais do que claro que o pensamento crítico é muito importante e a mente é uma parte primordial nisso, e ela está intimamente ligada ao curso de nossas vidas ou a mudança de direcionamento que damos ou que permitimos que Deus ou o Pai nos leve como que se guiados por uma onda.

A questão da informação e da mente vão além da boa, agradável e perfeita vontade de Deus, ou culminam nela do ponto de vista espiritual.

Normalmente quando qualquer pessoa que está indo em direção a um abismo percebe que o fim será morte ou destruição, a tendência da maioria quando encaram essa realidade com olhos desvendados é mudar o curso desse destino, tomar meia volta e partir na direção oposta até encontrar ou buscar um caminho alternativo (não vou me ater a essa pegada de caminho alternativo nesse artigo).

Vou a um caso extremo, já que para o intermediário na maior parte das vezes não tem muito sentido, a mudança de curso já que está tudo bem no mundinho virtual....

Se seu nome fosse João e suas opções começaram a revelar que você como todo o homem é péssimo em planejar coisas que parecem certas, e que agora você percebe que começam a ruir... aquela balinha que virou vício, aquela mania de alugar alguém para te dar prazer, aquele esqueminha no trampo (uma fraudesinha), a forma como é visto pela família devido as escolhas, o modo egocêntrico de querer receber e nada de dar, as dívidas por causa de coisas que poxa 'eu imaginava' que seria para sempre mas só durou o tempo de umas 5 horinhas de balada, a deprê que rola quando tudo isso como um rolo que prensa concreto passa em cima de nós e nos deixa como folhas de papel, ou um mundinho "espiritual" que tem cara de santo e imaculado dando até para ouvir vozes de anjinhos lindos ao som de corais que mais parecem os da propaganda do Philadélfia, ou da H2óóóóó, e que quando você percebe está vivendo um evangelho de grande alegria, que não tem nada de alegria e nem te faz tanto sentido. O que você faria?

Se jogaria de uma ponte, lamentaria e cantaria reclamações para sempre? Não ligaria? Ou mudaria de curso?

Se você respondeu qualquer uma antes da última interrogação (ou nada), esse artigo talvez não te faça muito sentido, mas talvez com um toque didático ele te sirva.

Se você é do tipo que responde que mudaria de curso, é aqui que entra o cerne da questão do boicote de informações e da falta de estímulos que nossos irmãos recebem dos papas gospel (líderes, mentores, pastores, vice-rei, sênior, irmãos mais velho de Deus, e por aí vai) com respeito a buscar conhecimento e experiências reais com o Pai e a Palavra.

Quando escutamos falar sobre conversão, e esse é um tema global e corriqueiro no meio evangélico, acabamos não prestando muita atenção que os termos conversão nos arremetem ao tema arrependimento, e nesses dois temas estão a realidade da importância do conhecimento crítico para as nossas vidas, para que possamos nos adequar de forma racional a aquilo que cremos e não porque pessoas nos impõem como única verdade (que existe claro, por exemplo: o sangue de Jesus me (te) purifica de todo o pecado e ponto final, não temos o que discutir.).

E é ai que muitos se perdem ao querer controlar as ovelhas como se elas fossem deles (creio no princípio de autoridades claro, não sou um louco).

A palavra arrependimento na forma verbal e no original grego é METANOEÕ que quer dizer literalmente: "perceber depois", formado de meta - 'depois’ - implicando MUDANÇA, e noeõ "perceber", cognato de nous "MENTEEEEEEEE", o lugar da REFLEXÃO MORAL.

Logo quando falamos de conversão e arrependimento estamos falando em mudança de mentalidade que nos leva a uma mudança de atitude, ainda que aos nossos olhos a necessidade de mudarmos o curso de nossas vidas ou a direção para onde canalizávamos nossos pensamentos tenham vindo de forma atrasada ou como se tivéssemos visto depois.

Veja como é incoerente pregarmos conversão e arrependimento se não estimulamos nosso próximo ou nosso irmão a mudar a mentalidade, a mudança de mentalidade que leva à uma mudança de atitude é uma marca incontestável do encontro com Deus ou com nosso Irmão, Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Se qualquer homem não pensar, se confrontar ou ser confrontado jamais poderá haver conversão ou arrependimento, pois ele acontece primeiro com uma mudança de mentalidade e que leva a uma mudança concreta de atitude. E nós que caminhávamos rumo ao império das trevas, agora somos transportados para o reino do Filho do seu Amor no qual temos a redenção e a remissão de nossos pecados.

Tudo isso escrevo para que possamos entender que há algo muito maior, mais profundo do que nossas verdades e cursos, talvez esteja na hora de reagirmos e nos confrontarmos para que realmente possamos ser filhos legítimos e maduros do Pai (os huios do Pai) afinal: "A ardente expectativa de criação aguarda a revelação dos Huios (filhos legítimos e maduros) de Deus".

Devemos estimular uns aos outros a buscar o Pai e termos uma vida real de comunhão com Ele para que o evangelho seja diariamente as novas de grande alegria que Jesus nos trouxe, não se faça de manipulado e nem manipule, mais sim estimule... Agora quando falei no começo do artigo para que aqueles que manipulam e boicotam o conhecimento crítico e confrontador das escrituras, que se convertessem e se arrependessem não estava fazendo nenhum apelo e sim estimulando eles a mudarem a sua mentalidade para que mudassem de atitude, e assim pudessem junto conosco tomar um gole a mais ou mergulhar mais fundo sem esquecer que os filhos são do Pai, bem como as ovelhas os servos e os discípulos, nada é nosso e tudo é  por Ele e para Ele.

Antes de encerrar gostaria de deixar uma referência que se encontra em uma das cartas para as igrejas citadas em Apocalipse que creio ser a que retrata o padrão dos nossos dias, que é a carta da igreja em Laodicéia, que está em Apocalipse 3, se puder leia a carta toda à igreja de Laodicéia. Foco o versículo 19 que quando você ler arrependimento, a palavra é metanóia, derivado de metanoiõ que são similares... e depois veja se esse artigo fez sentido ou não....
Gostaria de dizer que penso e me confronto, e poxa sei que às vezes é difícil abrir mão de uma verdade que parecia estar clara, mas que no fundo não faz sentido agora, e assim como escrevi faço uma verdadeira metanoeõ na minha mente até que isso se reflita nas minhas atitudes, pois entendo ser primordial imitarmos Jesus, creio que o Pai está levantando uma geração de imitadores dEle (cenas para os próximos artigos), somos um e por isso você tem liberdade de trocar idéia comigo, vamos crescer juntos...

Termino esse artigo com uma frase de Descartes parafraseada por mim no artigo anterior: "pense, logo você vai descobrir que existe" e pode através da metanoeõ mudar o curso de sua vida e ir na direção verdadeira do Pai .

Um abraço seu irmão, Ale.