terça-feira, 9 de março de 2010

Uma placa, a triste tendência

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    Se você não fosse cristão e estivesse passando por uma rua de carro ou ônibus, bicicleta ou até mesmo a pé, e num determinado momento você olhasse para cima ou para o lado e visse escrito em uma plaquinha "E Deus julgará a todos os homens", qual seria sua reação? Seria indiferente? Ficaria com medo? Acharia ele um babaca? Ficaria com peso na consciência?
    E se você estivesse com fome e quisesse encontrar o Pai ou Deus em algum lugar, ou estivesse procurando algo que desse sentido para a sua vida? Lendo isso o que você sentiria em relação a Deus e sua vida? Qual seria a aplicação daquela mensagem para a sua vida cotidiana e para a sua espiritualidade e eternidade?
    Bom passando de ônibus por uma rua com um brother que estou discipulando, o Luquinhas, nos deparamos com essa placa no muro de uma casa no caminho para o projeto social Rhema!
    Naquele momento me deparei com uma tendência de que alguns dilemas e expressões como essas podem gerar dentro de alguém que não conhece o Pai ou alguém que já se diz cristão, que totalmente fora do contexto aniquilam a consciência de um Pai de amor e das boas novas.
    Quem a não ser um 'cristão' colocaria uma mensagem daquelas em seu muro, com um livro, um capitulo e um versiculo do novo testamento encontrado na biblia?
    Tentei imaginar as razões pela qual aquela mensagem estava lá, será que era para evangelizar alguém? Ou para deixar algum possivel assaltante com medo da fuuuuuuuria de Deus (uhahauuha)? Mas o que me chamou mais atenção foi que isso poderia nada mais ser do que a visão que ela ou o sistema passaram de Deus ou de Jeová para ela (pessoa), nesse sentido aquela placa expressa a visão que ela tem de Deus, e o pior de tudo expressa uma tendência insensível a uma inclinação terrivel da suposta igreja ou noiva a olhar para Deus dessa forma e sair gritando a plenos pulmões uma visão tão errada de Deus ou do Pai, para esse  novo tempo inaugurado em Jesus a dois mil e poucos anos atrás!
    Fico imaginando o que leva uma pessoa a colocar palavras de juizo numa placa, ao invés de colocar algo sobre o amor de um Pai que amou o mundo e deu o seu próprio filho por pessoas que não poderiam retribuir a Ele nadaaaaaaa!!¹
    E quando imagino, só chego a uma conclusão, passar a nossa imagem de Deus talvez seja a melhor forma de confrontarmos as verdades naturais e caídas as quais os seres humanos tem se entregado; mas o perigo disso tudo é que se essa visão de Deus for deturpada e não revelar o real sentido daquela imagem, isso servirá como uma forma de a pessoa que se deparar com ela, se afaste ou se entregue a algo totalmente errado e deturpado.
    Quando pensamos em boas novas, em pregar o evangelho, devemos talvez primeiro entender o cerne da questão, ou do propósito, e cada dia que passa me convenço de que o evangelho pode ser definido como a reconciliação dos seres humanos a um Pai de amor através de Jesus Cristo o unigênito e mediador dessa nova aliança, que como consequência, nos faz filhos de um Pai de amor², e não de um Deus pronto para mandar fogo dos céus e nos queimar como se queima uma fogueira.
    Essa ótica de um Deus severo que deseja mandar homens para o inferno e condená-los a morte eterna é falsa e não é expressa no novo testamento, já que o "anseio furioso de Deus"³ é expresso por nos amar e não nos destruir.
    Essa placa me ensinou o quanto alguém pode estar errado a respeito do Paizinho que tanto tem nos amado, e me revelou uma tendência da igreja moderna, que é se apartar de valores e principios e verdades absolutas que emanam do verdadeiro Reino de Deus e do Filho do seu amor, e nos impulsionam para a falta absoluta de graça e misericórdia, do império das trevas, que quando as pessoas passarem pelas ruas, possam ler a respeito do amor de Deus e não de seu julgamento, que quando você gritar a plenos pulmões, grite a respeito do verdadeiro evangelho que através do perdão traz reconciliação  a humanidade religando ela a um Pai de amor, quando você for se expressar em algum meio de comunicação faça isso para aproximar as pessoas do Pai e de Jesus Cristo e não espantá-las por medo. Veja as noticias, as desigualdades, os pecados e transgreções, e se pergunte: será que vou seguir a tendência de placas que revelam juizo como uma bandeira  asteada em cima de um monte, ou vou combater tudo isso com a força contrária que as tem causado, através do amor, misericórdia, graça, compaixão e perdão?
    Eu já decidi que placa levantarei, e sei que quando alguém passar de ônibus, carro, bicicleta ou a pé, quando me perguntarem ou estiver em uma praça, shopping ou ainda dando aula de futebol e ministrando em algum prédio chamado de 'casa de Deus' levantarei uma placa de:  amor, misericórdia, graça, compaixão e perdão, a fim de que todos se sintam atraídos por esse Pai que furiosamente nos ama.
    E para encerrar acabo com as palavras de Paulo aos Romanos "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem"4.

Referências:
¹ João 3:16;
² João 1:12;
³ "O anseio furioso de Deus", último livro do autor Brennan Manning;
4 Romanos 12:21.

4 Response to Uma placa, a triste tendência

11 de março de 2010 às 17:14

Eu penso que muitos 'apelam' mesmo para o certo medo que as pessoas possam ter de Deus.

Como por vezes dizem qndo alguém nao quer saber de Deus "se ele não vier pelo bem, vem pelo mal"

A maioria das pessoas não conhecem o verdadeiro amor, por só buscarem a Deus ou às igrejas quando estão com mta dificuldade. Eu vejo a explicação de tantos problemas de convivencia/relacionamentos hoje em dia pela falta da busca de Deus, muitos podem dizer 'eu te amo', mas como dizer isso se nao conhecem Deus? afinal, Deus é o amor!

(hehe..acho q ficou um tanto confusa a expressão desse meu pensamento)

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12 de março de 2010 às 07:53

Ficou nada, eu pelomenos entendi, realmente não há como amar as pessoas sem conhece-LO, pois esse tipo de amor não esta em nós!!!!!!!

13 de março de 2010 às 19:28

Faala brother!
é triste ter que admitir, mas você tem razão no que escreveu! POr todos os lados encontramos esse tipo mensagem. Que amor é esse?
Grande abraço!

27 de março de 2010 às 08:33

Com certeza dará um artigo e tanto!
O que acha de escrever a segunda parte? "O que Significa largar tudo?"
Saudades, volta logo!
Grande abraço

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